Karina
abriu a porta e Maria entrou arrastando tudo, com as sandálias penduradas nos
ombros.
- O que
houve?
- Ele
não sabe quem é Obi-wan!
–
Calma, eu também não sei!
Maria
riu, da situação e da frase que acabara de falar. Nem todo mundo precisa saber
quem é Obi-Wan. E não vai acontecer nada de ruim na sua vida caso você também
não saiba quem é. Mas, se você decidir que sabe, saiba!
Ela se
enfeitou toda, e como era Maria, colocou uma flor no cabelo. Ia ao cinema. E a
pessoa que iria em sua companhia tentara demonstrar o quanto era fã de Guerra
nas Estrelas. O filme era Guerra dos Clones (o episódio dois). Já haviam tido
uma conversa no sentido de comparar o que era melhor: Guerra ou Jornada. E
Maria tentara opinar. Ela achava (equivocada ou não) que eram coisas feitas
para públicos diferentes, e que não valia comparar, e sim gostar ou não gostar,
de Guerra e de Jornada. De Guerra, ou de Jornada.
Maria tendia
para Jornada, mas isso não significava que era completamente aquém do contexto
de Guerra. Admirava e estava indo ao cinema por dois motivos: Obi-wan e Darth
Vader (ainda Anakin). E isso estava muito claro para o aspirante a paquerinha.
Haveria um jantar depois do filme... e o verbo não mudou de tempo.
O
interfone tocou e Maria desceu. Ele estava encostado no carro fazendo pose e
pinta de fã ansioso para ver o filme. Surpreendeu com a marcha imperial no som
do carro. Ela achou que ele estava fazendo muito tipo, mas relevou. Deve ser
assim mesmo quando a pessoa é muito fã.
O filme
acontecia, até que numa cena onde só foi preciso um olhar de Anakin, Maria
exclama:
- Obi-wan!
– Quem?
- Obi-Wan Kenobi!
Acabou-se
o mundo quando ele fez disso uma interrogação. Ele poderia ter feito qualquer
sinal de pontuação, exceto interrogação. Maria percebeu que o mentirinha não
tinha ideia de quem era Obi-wan. O que não se explica no caso de um fã.
Pediu
que ele a deixasse na casa da Karina. Não tinha mais fome nem vontade, não ia
mais sair para jantar. Não ia sair para mais nada. Mentiu sem necessidade,
imagina por dificuldade... não estava disposta a começar mais nada. Ele mentiu,
e acabou tudo ali.
Só
faltava ele ter dito que Yoda era um gato. Certamente Maria teria levantado no
meio do filme e desaparecido em velocidade de dobra. Audaciosamente teria ido
onde nenhum homem jamais esteve, somente pra sumir dali (levando as pipocas).
Adorei...Parabéns, Maria Flor!
ResponderExcluirMuito interessante. Simples assim...
ResponderExcluirEu também levaria as pipocas!!!
ResponderExcluirMuito bom!!
Muito bom mesmo, adorei!!!
ResponderExcluirAdorei Mel!! :)
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