É
isso ai! Mais uma experiência vivida e de vida. Eu agora sou divorciada no
papel. E no processo todo, algumas reflexões.Seguindo a linha de pensamento de
OSHO, me faço hoje a pergunta: casar pra quê?
CASAR
SIM, se casar for união, sentimento, laço (invisível, por favor). E pra isso,
não precisa de autorização, assinatura, consentimento, nem fiscalização. Muito
menos cartório, nem juiz.
CASAR
NÃO, se casar for assinar um contrato. Desde quando amor precisa de contrato?
Desde quando amor é formalizado em papel, com assinatura e testemunhas? Casar
tem relação com amor? Amor tem relação com casar? Desde quando? Casar é uma
coisa, amar é outra. Ótimo quando as duas coisas andam juntas.
CASAR
NÃO, se casar for algo que anula você para decisões importantes na sua vida. Um
exemplo disso: você não usa mais o seu FGTS, a não ser que o seu cônjuge
autorize. Faz sentido?
CASAR
NÃO, se casar é ter que vender a alma pra pagar dívidas que você assume no
lugar do cônjuge, se ele enlouquecer e sair contraindo todas. A
responsabilidade de resolver o problema cai, diretamente e sem piedade, em cima
de VOCÊ.
CASAR
NÃO, se casamento tiver uma definição no dicionário completamente
preconceituosa, quando menciona que é um ato solene de união de pessoas de
sexos diferentes. Em protesto, me recuso a compactuar com um enlace limitado a
sexos diferentes. Quem quer casar, tem direito de fazê-lo com quem quiser. E
tem mais, por que solene? Quem precisa fazer barulho pra casar?
CASAR
NÃO, se a união tiver propensão a virar um fardo. Tão comum gente casada porque
jurou eternidade, mas que não consegue manter fidelidade.
Por
tantos NÃO, e poucos SIM, resolvi que não vou fazer parte. Não vou compactuar.
Mudo minha vida de cabeça pra baixo, vou e volto pra onde eu quiser, mas viver
de documento assinado, pra mim, perdeu o sentido.
Do
casamento, eu fico com o amor, companheirismo, dedicação, cuidado, e afins.
Além do desejo que seja infinito enquanto dure. Mas prefiro levar tudo isso no
pensamento.
O
melhor de tudo nesse processo foi ver que é possível se divorciar sem
incorporar o clichê VOU-ACABAR-COM-VOCÊ. Foi-se o casamento, ficou o
respeito. Poderia ter sido diferente, bem diferente, como a gente vê nas
novelas da vida real.
E
assim, me despeço do contrato de casada.